Defesa pública da tese de doutorado "Criação à deriva" - adiada!
É com alegria que a Isabela Umbuzeiro Valent convida todxs para a defesa pública de sua tese de doutorado Criação à deriva: políticas do cuidado em coletivos incomuns, desenvolvida sob orientação da professora Dra. Eliane Dias de Castro.
A pesquisa foi desenvolvida no Programa Interunidades de Pós-graduação em Estética e História da Arte da Universidade de São Paulo (PGEHA/USP) e teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Quando?
Devido às estratégias de proteção da pandemia covid19 a defesa foi suspensa. Em breve, nova data será divulgada.
Onde?
Auditório do Espaço das Artes da Cidade Universitária
Rua da Praça do Relógio, 160, USP Butantã.
Acompanhe os detalhes no evento do Facebook.
Resumo da tese: esta pesquisa discute os desafios para instauração dos direitos sociais no Brasil após a Constituição de 1988, refletindo sobre as formas como se deram as políticas culturais e de saúde no período, os efeitos do neoliberalismo nos processos de subjetivação e a produção do comum. Como contraponto a esse processo, foram acompanhadas experiências coletivas de criação que acontecem na cidade de São Paulo desde a década de 1990 e que envolvem práticas artísticas, culturais e de cuidado. Tais práticas instauram comunidades heterogêneas em espaços públicos ou abertos da cidade, tecendo uma rede não institucionalizada que produz saúde mental. A pesquisa-intervenção efetivou uma proposta de produção compartilhada do conhecimento, que se deu em um processo de criação audiovisual colaborativa. Por meio do olhar e das sensações de seus participantes, foram realizadas filmagens e entrevistas, documentando as experiências de sete Coletivos dessa rede: Cia. Teatral Ueinzz; Coral Cênico Cidadãos Cantantes, Oficina de Dança e Expressão Corporal (Odec); Coletivo Preguiça; Ponto de Cultura É de Lei; Ponto Benedito Economia Solidária e Cultura; e Clínica Pública de Psicanálise; que derivaram no documentário Incomuns e em um acervo digital contendo filmes sobre cada Coletivo e todas as entrevistas realizadas. A documentação revela que a ação dos Coletivos tece redes de apoio que se organizam de forma autônoma para além das políticas institucionais e faz emergir estratégias de cuidado para lidar com a diversidade cultural e com aquilo que é considerado incomum. O processo de produção compartilhada do conhecimento realizado pela pesquisa propiciou conexões entre a rede e enriqueceu suas possibilidades de diálogo e cooperação. A sistematização e análise sobre os modos de criação, sustentação e agenciamento operados pelos Coletivos forneceram aportes para a reflexão sobre quais tipos de políticas poderiam apoiar práticas coletivas autônomas transversais implicadas no comum, propiciando a existência de outras culturas do cuidado.
Palavras-chave: Arte-em-comum. Diversidade cultural. Interface saúde e cultura. Documentação audiovisual. Terapia ocupacional/tendências. Políticas públicas. Pesquisa-ação colaborativa.
Banca examinadora:
Dr. Wensceslao de Oliveira Junior (Faculdade de Educação - Unicamp)
Dr. Henrique Parra (Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas - UNIFESP)
Dra. Adriana Marcondes (Instituto de Psicologia - USP)
Dr. Arthur Lara (PGEHA - USP)
Dr. José Ribeiro (Laboratório de Antropologia Visual /Media e mediações culturais da Universidade Aberta de Lisboa)